ARTES PLÁSTICAS MARANHENSE

ARTES PLÁSTICAS MARANHENSE

"...descentralizar a cultura é entendê-la como

um processo de criação de significados que

dão sentido aos modos de vida das comunidades humanas."

(Faria, Hamilton e Souza, Valmir de.SEM,

Seminário Desenvolver-se com Arte,SP,nov de 1998, Anais,p21.)


Através da arte o homem tem a possibilidade de criar e representar transformando seus anseios em expressões que passam a ser agentes da história. A obra de arte é um fato histórico porque tem um valor artístico. Com o poder de atravessar barreiras, a arte nasce do novo, é experimentação e faz com que o homem se torne um criador. Sua função social quando transformados revela ao artista um conhecimento afetivo e real do mundo, dando-lhe o poder de criar através de suas interpretações. Podemos assim, observar a necessidade da aplicação de uma política pública de cultura planejada para que haja o crescimento e enriquecimento dos seguimentos humanos.

No ano de 1594 os franceses chegaram em terras maranhenses após serem expulsos da França Antártica estabelecida no Rio de Janeiro. Os índios que aqui habitavam, os tupinambás, chamavam a Ilha de São Luís de Ilha Grande e/ou Upaon Açu.

Através de um acordo chamado "Tratado deTordesilhas" Portugual e Espanha dividiram o mundo em duas partes e com  o Tratado, Portugual  garantiu para si as terras maranhenses.

As primeiras manifestações artísticas encontradas pelos franceses foram as pinturas corporais; rituais, cerâmicas, o artesanato em palha e ornamentos plumários. Dos franceses podemos citar como expressão artística o Forte São Luís que recebeu esse nome em homenagem a Luis XIII, Rei Menino da França.

Com a expulsão dos franceses no ano de 1621 surgem as edificações portuguesas que tinham um caráter religioso e militar. Os padres jesuitas vieram juntos com os portugueses com a missão de educar os filhos dos colonos e catequizarem os índios. Nesse momento da história são registradas como expressão artísticas as imagens de santos esculpidas em madeira policromada.

Todo o desenvolvimento artístico ficou restrito a igreja devido a lentidão que ocorreu a urbanização do Estado. Só após o surgimento de uma nova classe (os ricos), e issso ocorre devido ao crescimento agricola, é que  surgem por desejo dessa nova classe desenvolvimentos artísticos -culturais. E aí aparece a arte da azulejaria. Os azulejos eram utilizados para revestirem as paredes dos casarões coloniais para proteção dos mesmos.Os navios traziam produtos da Europa e levavam a produção agricola local e nesse procedimento junto com os produtos que vinham da Europa aparecem artístas que passam a desenvolver trabalhos na ilha: Andréa Antônio Orazi e Joseph Leone Righine.

Em meados do século XIX com o desenvolvimento agro-industrial de paises como Estados Unidos, o comércio e produção agricola maranhense entram em decadência. Com as mudanças os artistas foram buscar uma formação na cidade do Rio de Janeiro e na Europa.

No ano de 1883 os comerciantes resolvem criar a Associação Comercial que substitui a Comissão da Praça. Destacam-se : o pintor Francisco Sá; Rober Augusto Colli(pinto) e o romancista, desenhosta e caricaturista Aluizio Azevedo.

O governo então, resolve investir na criação de rodovias proporcionando assim , a decadência do comércio na Praia Grande e transferindo o centro comercial para o bairro do João Paulo.

Destacm-se nesse período a conhecida "geração do Rio de Janeiro" que buscam aprimoramento na capital Federal. Celso Antonio estudou desenho na Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro; Sebastião Zaque Pedro (pintor); João de Deus (pintor sacro e desenhista) Flory Gama(escultor) e Newton Sá (escultor).

Os primeiros movimentos artísticos e Associações aparecem no século XX onde, poucos eram os locais que realizavam exposições. Os trabalhos eram expostos nas vitrines de loja de Tecido Rio Anil, Fármacia Jesus,Moto Bar e no Bar do Castro.

Dentre movimentos que surgem  destaca-se o   "Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís" criado pela Prefeitura Municipalde São Luís através de Lei de número 560 de 03 de setembro de 1955. 

A aprovação da redação final do Projeto de Lei do Vereador Casemiro de Carvalho se deu em agosto de 1955 e na época o Concurso oferecia prêmios anuais de Cr$ 10.000,00 ( Dez mil cruzeiros) a trabalhos literários e artísticos. De acordo com a Lei os prêmios eram 06 (seis) assim distribuídos:Prêmio Aluizio de Azevedo, para contos, romances e novelas ou peça teatral;Prêmio Antonio Lopes, para obras de erudição(crítica literária e pesquisa histórica e folclorica); Prêmio Sousâdrade para poesia; Prêmio Nascimento de Morais , para pesquisa jonalistica apresentada no ano anterior;Prêmio Zaque Pedro, para pintura e escultura e Prêmio Inácio Cunha, para melhor composição musical.

Com as mudanças , o Concurso sofre várias modificações e hoje após a criação do "SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE SÃO LUIS" através do Decreto de número 4.919 de janeiro de 2008 instituido pela Prefeitura da cidade a área das Artes Plásticas no Concurso Literário foi retirada da premiação e o Salão passa a ser a ferramenta utilizada pela Prefeitura de São Luís para incentivar, divulgar e fomentar as artes visuais da capital ludovicense.






Fonte de Pesquisa

PIMENTEL, Jão Carlos e CASTRO, Kátia Santos. HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DAS ARTES PLÁSTICAS - cronologia dos principais movimentos e associações: estilos, obras e autores de relevância no Estado. Texto apresentado na disciplina de Estágio do Curso de Educação Artística na UFMA, Ano 2000;

ARTE DO MARANHÃO. Banco do Estado do Maranhão.BEM, 1994,288P;

MELLO, Luí de. PINTORES MARANHESES DO SÉCULOXIX. LITOGRAF. São Luís, 1998.

Por:Kátia Castro/Julho 2013